sexta-feira, 11 de novembro de 2016

Incoerência, a gente vê por aqui

Eu poderia fazer como vários ativistas. Escrever uma fanfic absurdamente fantasiosa e inverossímil para provar a minha opinião. Não vou fazer. Vou apenas expor fatos e pensar a respeito deles.

Peguei o ônibus para o trabalho. O único lugar vazio era atrás de duas adolescentes, que como todo adolescente faziam questão de bater papo num volume que pelo menos 1/3 do ônibus escutava a conversa. A conversa era sobre a vida sexual de uma delas, que estava falando que havia transado com o Fulaninho, aquele que vive sem camisa, com o Beltrano, aquele, irmão da Beltrana, com o Ciclano etc, e repetiu umas vezes que "meu corpo minhas regras" e que ela é livre para transar com quem ela quiser. Nem acredito que ela tenha transado tanto assim. Acho que o discurso, principalmente alto daquele jeito, era para chocar os velhos que estavam no ônibus. Pouco depois da Av. Maracanã a amiga dela saltou, ela enfiou o fone de ouvido, colocou uma música (ruim) e começou a cantarolar.

"Tava no fluxo, encontrei a novinha no grau, sabe o que ela quer, pau, pau, pau, ela quer pau, pau, pau..."

Buguei.
Não entendi.
Cara, a expressão "no grau" quer dizer bêbado ou drogado. A música prega que mulher que está bêbada ou drogada está querendo pau, isto é, está querendo ser comida.
Pqp! Como uma pessoa que defende liberdade sexual pode ouvir e achar legal este lixo (que eu não consigo considerar como música, não importa o que me digam)?

Filha, olha só, a mensagem que você está passando é: olha, sou moderna, acho que tenho direito de transar com quem eu quiser mas se eu beber ou me drogar e estiver sem a menor condição de tomar decisão eu estou querendo pau...

Chegou meu ponto e eu desci pensando: porra, Deus, se tivesse deixado os dinossauros aqui o planeta tava melhor.

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